quinta-feira, setembro 18, 2008

Façam-me festas na aldeia!

É uma espécie de crença, religião deslocar-me todos os anos à aldeia, Freineda, onde a minha família nasceu e cresceu! Com respeito, apesar de não praticante da maior parte dos rituais da terra, por uns dias esquece-se tudo e entra-se num compêndio, quase que regresso ao passado, mas com muito sentido! Por aqueles lados respira-se tradições, como a celebração da santa Eufêmia, os Touro, as Penhas, o fogo de artíficio, a sueca, etc...pequenos artíficios que enchem esta gente com muito valor! Chega-se sexta e começa o ritual de 4 dias/noites imparáveis de bebida e convívios..A´panha o Pipo (Penha), de onde sou associado, dá lugar ao ínicio das festas, na loucura habitual de finos/imperiais, chôchos (tremoços), conversas, reencontros e amizades! O final da noite acaba por ser sempre o mesmo, em mode de piloto automático! Num sabado de manha, faço a minha estreia num encerro...e não sendo adepto destas coisas, acabei por adorar a experiência...no meio de prados e campos lavrados, a nossa carrinha de caixa aberta pecorria os trajectos dos touros desviados do seu grupo, onde cavaleiros os perseguiam de modo a serem organizados! Houve momentos de autentica tourada a cavado e outros hilariantes com o nosso grupo! Almoça-se, compra-se tabaco em Espanha e mines...é de certa forma quase inconcebivel estar-se com pessoas nesta aldeia sem uma mine na mão...garraiada à tarde sem sangue, sangria, bailarico, garraiada nocturna outra vez sem sangue, conversas sobre casa assombradas e regresso à penha, para mais um final dançante! No dia seguinte, respira-se o religioso num inicio de festa com a procissão das velas, que consiste ir buscar a santa de uma capela para uma igreja, num trajecto feito a silêncio, e onde faço a reflexão do sentido da vida! Depois o ritual...acaba-se uma celebração, copos outra vez! Faz-se a ronda dos mordomos, bebe-se finos com uma velocidade estonteante, prova-se cerca de 10 vinhos diferentes, deslocações a casas de amigos, bailarico em alta com as 3 penhas e muita sangria e acaba-se a noite mais uma vez em piloto automático! Acorda-se, respira-se e regressa-se à tua realidade...mas há momentos ali que não tem preço...a familia, a malta da Penha, alguma pessoas emblemáticas como o rocha e o Gonçalves, as Egitanienses, o convívio, a casa aberta, a pureza, a disponibilidade fazem disto tudo muito sentido no meu trajecto! Ah carais!!!!

2 comentários:

Anónimo disse...

Mas vem-se tão cansado de tanta festa e mines......E do sono nem se fala, depois destas festas é necessário meter férias.
Gde abraço

Anónimo disse...

Uma das pessoas emblemáticas pergunta: então e a Casa do Melacoton não é emblemática?
( e agora pergunto eu: e o seu dono?)